terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Foi nesse devagar

Foi nesse devagar de bruma cansada dezembria.
O vapor do mar e o fumo do frio iam embebendo o céu e as nuvens.
Saiu à rua para engolir o último cheiro da noite, para passear os últimos risos e cores, para se comprar desesperadamente o último pingo dos seus sonhos.
Da Rua Augusta estendeu o seu olhar no Castelo iluminado, para pôr a secar a sua lembrança náufraga, atirada ao vaivém por um golpe de ventania.
A recordação congelou a noite de Lisboa eternamente e, no bafo do gelo, ficou escrita para sempre essa saudade que despede os marinheiros da nostalgia.
Javier Carmona
Read more »

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Festa de Natal

Decorreu na passada quinta-feira, dia 17 de Dezembro, na sede de Villanueva de la Serena a tradicional Festa de Natal. Uma actividade que ano após ano tem vindo a revelar-se como uma das mais atraentes para professores, alunos e demais elementos da comunidade educativa.
Este ano, contou-se com a novidade do concurso de postais e ainda com a degustação de bolos típicos da quadra natalícia elaborados por alunos e professores. Já no apartado vilhancicos, apesar deste ano não haver propriamente concurso, ficou patente - mais uma vez - o entusiasmo dos alunos de português no momento da interpretação da sua música de Natal o que lhes valeu o clamoroso reconheciemnto de todos os presentes. PARABÉNS!
Note-se ainda, que a Festa de Natal será realizada também nas instalações de Don Benito já na próxima segunda-feira, dia 21 de Dezembro, a partir das 18h00.
Read more »

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

2ºA - Mar Português

1. Leia o poema com atenção.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nelle é que espelhou o céu
.

Fernando Pessoa in Mensagem

2. Comente todos e cada um dos versos apontando para o seu significado e as suas implicações com tudo o que diz respeito à poesia pessoana. Não esqueça as conotações ocultistas, o mito sebastianista, as profecias do Bandarra nem Os Lusíadas pois é aqui que reside grande parte de toda a simbologia referida no poema.

Read more »

1ºI - Gonçalo Annes Bandarra

1. Leia o texto com atenção.
Em Trancoso nasceu este homem simples, num ano qualquer da graça de Nosso Senhor, presumindo-se nos inícios do séc. XVI ou mesmo em 1500. De seu nome Gonçalo Anes, Bandarra por alcunha, não era sujeito despido de letras e teria nascido em berço rico ou provavelmente remediado. Perdida a fortuna em ignotas empreitadas (de que a alcunha é evidência), para acudir à sua pobreza tomou o ofício de sapateiro de correia, o que quer dizer que fabricava calçado e o remendava quando solicitado. Da figura deste “Nostradamus” português, possuímos uma gravura do séc. XVII, publicada na primeira edição de 1603, desenhada por autor desconhecido para o rosto da primeira edição levada ao prelo por D. João de Castro. Conhece-se a assinatura do profeta nos autos do Santo Ofício e por esta finada instituição de martírio todos os passos do sapateiro entre 1538 e 1541.
E em 1531, já conhecido como áugure e poeta, surgiu em Lisboa, onde se aboletou em casa de um livreiro judeu, de nome João de Bilbis. Nessa passagem a sua fama ia adquirindo perplexidades entre os judeus ou cristãos-novos. Seis anos depois, o manuscrito foi copiado por Heitor Lopes, tosador em Trancoso. No ano de 1538, de novo em Lisboa, as cópias surgiam já por toda a parte. Na capital, a população judaica alvoroçava-se com a vinda do Messias e, à sua maneira, interpretava as coplas do profeta. A obra tornou-se um deslumbramento e um alvoroço se formou no País, de tal modo que desencantou os ouvidos, sempre atentos, da Inquisição e ia tornar-se uma dor de cabeça para o autor. Acusavam-no, entre outras coisas, de “ser amigo de novidades e com elas causar alvoroço em cristãos-novos”.
Assim foi que um tal Afonso de Medina, comissário do Santo Ofício, achou que as profecias alvoroçavam muita gente. Em consequência, Bandarra foi preso em Trancoso e remetido para as casas do despacho da Santa Inquisição, em Lisboa, onde ficou encarcerado. Durante o processo e os interrogatórios não ficou provada a ascendência judaica do sapateiro profeta (e porventura não a teria mesmo). Entrou, pois, como era de etiqueta, na procissão de um auto de fé, celebrado em Lisboa nos paços reais da Ribeira, a 23 de Outubro de 1541.
No auto que lhe foi lido, estando ele a penitenciar-se em pé com círio amarelo em punho, a determinado passo ficou a proibição: “que daqui por diante se não entremeta mais a responder nem escrever em nenhuma cousa da Sagrada Escritura, nem tenha nenhuns livros da mesma...”
Com a sua veia profética, Bandarra não conseguiu receber, para além de uma boa carga de dissabores, um único tostão. Regressou o pobre Gonçalo Anes Bandarra a Trancoso, onde se agasalhou até à morte, a qual terá ocorrido em 1545, por tal data ter sido mandada lavrar, por D. Álvaro de Abranches, no seu túmulo, do lado da Epístola, na igreja de São Pedro. Lá podem ler:
Aqui jaz Gonçaliannes Bandarra natural desta Vila que profetizou a restauração deste Reino, e que havia de ser no ano de seiscentos e quarenta por el-rei D. João o quarto nosso Senhor, que hoje reina, faleceu na era de mil e quinhentos, e quarenta e cinco. Esta sepultura mandou fazer D. Álvaro de Abranches sendo general da província da Beira, e se acabou governando nela as armas João de Saldanha de Sousa a vinte e oito de Fevereiro de mil seiscentos e quarenta e dois.
Fonte: http://santoscosta.com (Adaptado)
2. Defina os seguintes termos.
- Berço.
- Ignoto.
- Empreitada.
- Finado.
- Prelo.
- Áugure.
- Aboletar.
- Tosador.
- Agasalhar.
3. Responda às perguntas conforme o texto.
- O qué é que significa que o Bandarra "não era sujeito despido de letras"?
- Que facto vem a justificar a alcunha do sapateiro?
- Qual foi a repercusão das Trovas?
- Além de grande popularidade, a divulgação das Trovas causou-lhe também...
- Qual foi a sentença à que o sapateiro foi condenado?
- Resultou toda esta movimentação nalgum lucro para o poeta?
4. No texto aparce a flexão plural do susbtantivo composto cristão-novo. Faça agora o plural dos seguintes substantivos compostos.
- Água-de-colónia.
- Guarda-sol.
- Pisa-papéis.
- Pisca-pisca.
- Alto-forno.
- Passatempo.
- Malmequer.
- Pão-de-ló.
- Mula-sem-cabeça.
- Tenente-coronel.
- Água-marinha.
5. Comente o seguinte trecho.
O verdadeiro patrono do nosso País é esse sapateiro Bandarra. Abandonemos Fátima por Trancoso. Esse humilde sapateiro de Trancoso é um dos mestres da nossa alma nacional, uma das razões de ser da nossa independência, um dos impulsionadores do nosso sentimento imperial. Esse Bandarra é a voz do Povo português, gritando, por cima da defecção dos nobres e dos clérigos, por cima da indiferença dos cautos e dos incautos, a existência sagrada de Portugal.
Read more »

2NB - As raízes do mito

1. Leia o texto com atenção.
Durante grande parte da baixa idade média a Europa viu-se afundada em crises, são sucessivas ondas de fome, peste e guerras que se manifestam, sobretudo, nos séculos XIV e XV, assim se vê um fortalecimento e reaparecimento de muitos mitos. Como se não bastasse desde o século XIII seguem-se diversos levantamentos populares em várias regiões como Flandres, Toulouse, Kent, Paris, Gand, bancos italianos vão a falência, o preço dos cereais caem, há uma ausência de metais preciosos essenciais para o comércio e caem consequentemente as arrecadações de impostos, tudo isto leva a um êxodo urbano quase que generalizado. Esta situação de desespero leva as populações a buscar explicações e soluções divinas para a crise, assim encontra o messianismo e o milenarismo espaço para crescer. Dado que atesta esta relação entre crise e escatologia é o de que não há evidências de surtos desta natureza na Europa antes do final do século XI.
Este clima de incerteza e medo permeia quase toda a baixa idade média e avança sobre a idade moderna, o descobrimento da América em 1492 causa uma verdadeira revolução no imaginário europeu, a terra não se resume mais às regiões da Europa, Ásia e África, este novo território necessita de uma explicação divina, talvez seja o paraíso, talvez seja o prenúncio do juízo final já que o último rincão da terra havia sido conquistado pelo cristianismo.
Em Portugal cresce durante todo o século XIV as lendas em torno da figura de D. Afonso Henriques e a batalha de Ourique, assumindo cada vez mais um caráter divino, isto não é um acidente, mas fruto de uma tentativa de divinizar a monarquia portuguesa, não tanto quanto os “Reis Taumaturgos”, mas ainda dentro deste sentido, assim Portugal é o reino escolhido por Deus para comandar a cristandade em direcção a um novo tempo.
Portugal do início do século XVI já não apresentava a mesma vitalidade que havia lhe proporcionado o papel de vanguarda do século anterior, uma decadência econômica se instala obrigando até mesmo a abandonar antigas possessões na África, se isto já não bastasse para abalar o imaginário dos portugueses a política de casamentos com a coroa de Castela e a unificação do trono espanhol deixa Portugal em uma constante situação de risco para sua independência. Este mesmo Portugal mantém traços da medievalidade como o espírito cruzadístico e a identificação de um “Rei cavaleiro” convivendo com práticas modernas do antigo regime, desta forma o desejo de retomar as possessões africanas e recuperar a glória do passado manuelino, a exortação à guerra e o espírito de cruzada se juntam formando uma “mistura explosiva” que será a tónica do reinado do desejado. Ainda neste período há um crescimento considerável da circulação de livros impressos e de versões populares da Bíblia o que favorece a livre interpretação já referida.
Enfim o mito que futuramente se tornaria o sebastianismo encontra o elemento que faltava, um sapateiro que colocasse no papel as idéias e as difundisse em um meio predisposto a aceitá-las. Gonçalo Annes, o Bandarra, representante da “cultura artesã apocalíptica” descrita por Jacqueline Hermann, é o elemento responsável pela transição e transmissão na esfera popular do messianismo, transitando entre cristãos novos e velhos o ilustre sapateiro assimila diversos elementos de ambas culturas para redigir as suas Trovas, ao fazê-lo também cumpre o papel de intermediador entre o oral e o escrito, o que antes era cultura oral passa a existir na forma escrita , ou seja Bandarra é o grande mediador entre dois mundos: o cristão-novo e o cristão-velho, o oral e o escrito, o popular e o erudito. Nas suas Trovas Bandarra fala sobre três temas, a sociedade e a hierarquia quebrada, a esperança de um novo mundo e a atribuição a um rei português a missão salvadora e é este texto que circula entre o povo que tem o sapateiro como “profeta”.
Rodrigo Silva, As raízes do sebastianismo (Adaptado)
2. Defina os seguintes termos.
- Levantes.
- Falência.
- Atestar.
- Permear.
- Arrecadação.
- Abalar.
- Surto.
3. Responda às perguntas conforme o texto.
- Que contexto socioeconómico favoreceu o aparecimento dos mitos medievais?
- Que explicações se atribuíram ao descobrimento da América em 1492?
- À figura de D. Afonso Henriques e à batalha de Ourique é-lhes atribuído um caráter divino. Porquê?
- Que mudanças se verificam no Portugal do início do século XVI?
- Apesar dessas mudanças o país vem alastrando uma série de crenças que lhe abismam o pensamento. Quais?
4. No texto encontramos substantivos como direcção, atribuição e possessão que derivam de diferentes verbos. Sabendo isto, procure os verbos e os particípios decorrentes dos seguintes substantivos.
- Direcção.
- Atribuição.
- Possessão.
- Levantamento.
- Transmissão.
- Hierarquia.
- Transição.
- Revolução.
- Independência.
- Casamento.
5. As Trovas do Bandarra supuseram uma autêntica revolução aquando do seu aparecimento. Pensa que seria possível no dia de hoje acontecer algo parecido? Justifique a sua por extenso.
Read more »

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cultura Portuguesa no CPR

Com o objectivo de aproximar a literatura, a historia, a música, o cinema e a arte portuguesa o Centro de Professores e Recursos de Dom Benito tem organizado as I Jornadas de Cultura Portuguesa. Esta iniciativa pretende contribuir para o desenvolvimento e consolidação das línguas estrangeiras, perpectivando nesta ocasião uma especial atenção à língua portuguesa.
Os interessados deverão efectuar a sua inscrição através da paltaforma EDUCAREX.
PROGRAMA
9 de Dezembro
◙ Dr. MIGUEL METELO SEIXAS. Professor da Universidade Lusíada de Lisboa. História de Portugal, uma visão panorâmica.
◙ Dra. ISABEL CORREA DA SILVA. Investigadora do Instituto Universitário de Lisboa. A historiografia portuguesa contemporânea.
10 de Dezembro
◙ Dra. LUÍSA ESPECIAL. Investigadora. Doutoranda em Sociologia da Arte. Instituto Universitário de Lisboa. Os novos espaços de exposição da arte contemporânea em Portugal.
◙ Dra. TERESA FERREIRA. Leitora do Instituto Camões na Universidade da Extremadura. Um olhar sobre a nova literatura portuguesa.
11 de Dezembro
◙ Dr. RICARDO BRITES. Assistente lingüístico da Escola Oficial de Idiomas de Cáceres e do IES Hernández Pacheco. Histórias do cinema.
◙ Dr. MARCOS ANTÓNIO RODRÍGUEZ PIRIS. Professor de português da Escola Oficial de Idiomas de Villanueva de la Serena. Um passeio pela música portuguesa.
◙ Sr. JOSÉ LÓPEZ SANTANA. Cantautor. A poesia e o canto.
As actividades terão lugar no CPR de Dom Benito das 17h00 às 20h00.
Read more »

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Coroação de Dom João IV

1908, óleo sobre tela, 325 x 285 cm
Sala da Restauração do Museu Militar de Lisboa

Quadro de Veloso Salgado (1864-1945), representando a aclamação d'el-rei D. João IV no Terreiro do Paço, tendo o Tejo como fundo, e os chefes da conspiração em frente do novo rei.
Read more »

 
Cheap Web Hosting | Top Web Hosts | Great HTML Templates from easytemplates.com.